quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Abriu o diafragma, capturou lentamente a luz. Então vieram as cores das coisas: aquele azul-marinho descacado da porta da cozinha, su pelo rubio, su cuerpo gris.

Coloca um pouco de cor nas bochechas, eu disse. Você está muito pálida, parece um espectro.
Ela levantou do rodapé da varanda e entrou no quarto. Saiu vestida de negro e tinha um delicado arranjo de rosas vermelhas adornando os cachos no alto da cabeça.

Por um momento, ela se virou para a porta do quintal e a claridade atravessou sua retina, dando um aspecto translúcido aos olhos azuis. Thereza tamborilava os dedos aflitos no portal de madeira carcomido. Acendeu um cigarro e se sentou no rodapé. Qué vamos hacer, perguntei a ela.

Nos conformamos en respirar. Caminemos, dijo ella. Sigamos para la muerte y vivamos mientras tegamos vida para vivir.

Enlacei sua cintura e encaminhei Thereza até o carro, ouvindo o estalar de seu salto contra o piso de tábuas corridas. Quem sabe os mortos no porão haverão de nos seguir novamente.

4 comentários:

Anônimo disse...

ô minha querida,

agora é continuar. vai por partes e manda ver. os personagens estão tomando forma. hora de ir ao enterro.

Mauro Amoroso disse...

Lindo, lindo, por favor, continue!!!!

Anônimo disse...

"escritura explendosa"

Anônimo disse...

nooossa, que belo! assim você vai longe! muito bom, pretinha! bjs.