sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Sobre o sociopata que amei.

Hoje comprei um livro de poesia de uma indiana. Um livro que me traduzia. Quando a psicanálise não dá conta, só a literatura me salva e humaniza o monstro que é você. É necessário humanizar, mesmo que você dê nome de gente aos bichinhos que coleciona e trate como um bichicnho as mulheres com quem se relaciona. È necessário humanizar a sua violência. Saí tragando um cigarro sob a chuva fina e vendo imagens que derretiam sob a luz nas ruas de vila isabel.
É noite. Aconchego.


Sobre amar um sociopata.

" tentei fugir tantas vezes mas
assim que eu dava as costas
meu peito sucumbia ao peso
eu voltava ofegante
talvez por isso te deixasse
arrancar minha pele
qualquer coisa
era melhor que nada deixar que me tocasse
mesmo sem gentileza
era melhor do que não ter suas mãos
eu aguentava o abuso
eu não aguentava a ausência
eu sabia que queria vida de uma coisa morta
mas não importava que estivesse morta
porque pelo menos
era minha

-vício"

Rupi Kaur

Nenhum comentário: